Com o conceito da estruturação do espaço bem definido e a boa compreensão das inter-relações pode-se pressionar alto em várias Plataformas Táticas
Desenvolver conteúdos durante o processo de treino mostra-se primordial não somente por parecer “pedagogicamente correto” ao olhos de todos, mas por estar fortemente ligado à qualidade do trabalho e aos resultados obtidos. Compreender essa idéia derruba o antigo paradigma de que deve-se dar ênfase a boa formação para jovens atletas em detrimento à conquista de títulos nas categorias de base. Para equipes profissionais, o desenvolvimento de conteúdos dará sustentação ao trabalho e continuará a formação dos atletas (que não termina quando ele finaliza seu ciclo nas categorias de base) agregando valor ao clube que terá permanentemente seus jogadores evoluindo.
Pode-se ter como exemplo, o conceito da estruturação do espaço em função da posição da bola (marcação zonal), de fechar os espaços como equipe (Amieiro, 2005) e as possibilidades de interações posicionais que surgem a partir daí, criando variações no desenho do meio de campo e da linha de ataque que permitirão à equipe (ao treinador) mudar de acordo com a necessidade que o jogo exige. A proposta de pressionar na linha 1 (pressionar alto) apresentada nas três figuras a seguir, com 5 linhas de marcação (pressionando em profundidade) pode ser utilizada, por exemplo, sempre que for necessário recuperar rápido a posse da bola, dando pouco tempo ao adversário para tomar decisões. Os ajustes estruturais que acontecem de uma plataforma para outra geram mudanças nas interações, porque estrutura e padrão estão sempre intimamente relacionados. A partir das figuras, poderá surgir a discussão sobre pressão e pressing. Como os conceitos sobre essa discussão não estarão presentes, o termo pressão foi utilizado.
Na figura 1, a equipe que ataca no sentido da seta ao lado do campo está estruturada em um 1-3-4-1-2 com dois volantes, dois alas e um meia ofensivo no meio de campo. Seguem abaixo as dinâmicas de cada setor da equipe.
- Goleiro (vermelho): fora da grande área
- Linha defensiva (azul): próxima ao meio campo, com os 3 zagueiros realizando uma flutuação para o lado da bola
- Meio Campo (azul escuro): o ala do lado da bola fecha a paralela, o ala do lado oposto a virada de jogo (caso a bola chegue no lateral que está aberto este ala temporiza a jogada) e o meia ofensivo ocupa o espaço entre os dois atacantes
- Atacantes (azul claro): o atacante do lado da bola pressiona a mesma e o do lado contrário tira a opção de passe curto para trás
Na figura 2, a equipe que ataca no sentido da seta ao lado do campo está estruturada em um 1-3-4-2-1 com dois volantes, dois alas e dois meias ofensivos no meio de campo. Seguem abaixo as dinâmicas de cada setor da equipe.
- Goleiro (vermelho): fora da grande área
- Linha defensiva (azul): próxima ao meio campo, com os 3 zagueiros realizando uma flutuação para o lado da bola
- Meio Campo (azul escuro): o ala do lado da bola fecha a paralela, o ala do lado oposto a virada de jogo (caso a bola chegue no lateral que está aberto este ala temporiza a jogada), o meia ofensivo do lado da bola pressiona a mesma e o meia ofensivo do lado oposto ocupa o espaço entre o meia que pressiona e o atacante
- Atacante (azul claro): tira a opção de passe curto para trás
Na figura 3, a equipe que ataca no sentido da seta ao lado do campo está estruturada em um 1-4-3-2-1 com um volante, dois alas e dois meias no meio de campo. Seguem abaixo as dinâmicas de cada setor da equipe.
- Goleiro (vermelho): fora da grande área
- Linha defensiva (azul): próxima ao meio campo, com o lateral contrário ao lado da bola um pouco mais distante do zagueiro do seu lado do que as distâncias mantidas entre os outros 3 jogadores da linha (linha elástica) para manter um bom equilíbrio horizontal (caso a bola chegue no lateral adversário que está aberto este lateral temporiza a jogada)
- Meio Campo (azul escuro): mantendo a estrutura proposta (um volante + dois alas + dois meias), o ala do lado da bola fecha a paralela. Em relação aos meias que jogam por dentro, o do lado da bola pressiona a bola enquanto o outro tira as opções de passe para as regiões centrais à frente do volante e do ala oposto
- Atacante (azul claro): tira a opção de passe curto para trás no zagueiro
Todas as dinâmicas apresentadas são consequência do processo de treinamento que levou os atletas a resolverem coletivamente o problema da ocupação do espaço aplicando as soluções que mais se aproximavam das suas possibilidades e características. A variação das plataformas dará ao treinador a possibilidade de ter a pressão alta como conteúdo de seu Modelo de Jogo estando com um, dois ou três atacantes em campo. O princípio é o conceito da pressão alta, não a plataforma tática.
Referência Bibliográfica
Amieiro, N. (2005) Defesa à Zona no Futebol: Um pretexto para refletir sobre o jogar ... bem, ganhando! Edição do Autor.
Leandro Zago
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